A minha SC adquirida no Mercadolivre, foi completamente desmontada para blindagem das cavidades dos captadores e seria trocado o escudo e parte elétrica.
Para minha surpresa (e que surpresa), este exemplar é um dos 30 considerados mosca branca ruiva de olhos azuis que estão rodando mundo á fora pois em uma determinada época, houve atraso na entrega dos escudos montados para as SC e o próprio Carlos Assale em contato direto com a Fender norte-americana, importou 30 escudos montados com componentes originais da fábrica gringa.
Todos eles vinham com um selo na parte interna do escudo como uma espécie de check list datado e assinado pelo técnico responsável.
Visão interna do escudo da minha Fender Southern Cross 1993.
O detalhe do headstock: os primeiros modelos da Southern Cross vinham com as inscrições "Squier Séries", sendo posteriormente substituídas pela inscrição "Southern Cross".
Blindei todas as cavidades dos captadores com alumínio adesivo que eu comercializo, utilizo e recomendo!
Aqui, minha SC batizada carinhosamente de "Cherry" pronta para o "banho".
Polimento dos trastes e escala encerada.
Visão geral da minha "Cherry".
Visão geral da minha "Cherry".
Detalhe da autorização da Fender USA.
Visão geral da minha "Cherry".
Visão geral da minha "Cherry".
A pintura é uma beleza á parte! É um vermelho metálico escuro.
DISPONÍVEL PARA VENDA:
R$1700,00
Segue uma matéria veiculada no Brazilian Guitars blog sobre as SC:
Fender Southern Cross – Parte 1
Olá leitores. O assunto desse e do próximo post é a linha
Southern Cross da Fender. Alguns devem estar se perguntando sobre o que que
isso tem a ver com o blog, que se chama “Brazilian Guitars”. A resposta é
simples. Essa série era fabricada no Brasil, pela Giannini de 1992
a 1995, sob supervisão da Fender. Um funcionário vinha dos Estados Unidos
regularmente verificar a produção. Nesse primeiro post sobre essa linha,
postarei uma entrevista com o Carlos Assale, responsável pelas guitarras
“Fender by Giannini”. Essa entrevista também está disponível na comunidade
“Guitarras Fender”, no Orkut.
“Entrevistador: Carlos Assale, você foi o responsável pelas
Fender by Giannini. Como foi possível licenciar a marca Fender?
Carlos Assale: É verdade, o projeto Southern Cross. A
Giannini tinha conseguido em 1990 uma licença para a fabricação das Fender
aqui. O objetivo da fábrica americana era ter um fornecedor de violões
tradicional, a quem pudesse confiar essa linha de instrumentos. Foi uma troca
de interesses. Coincidentemente, foi na mesma época que eu estava deixando a
Dolphin. O Giorgio Giannini - que apesar de ferrenho concorrente tinha comigo
uma relação de amizade, respeito e admiração - me convidou para assumir a
direção técnica da empresa e, entre outras coisas, tocar o projeto
Fender/Giannini. Começamos a trabalhar em 1991 e enviar amostras para
aprovação. Eu fui a interface com a Fender, acompanhado do Roberto Giannini.
Visitamos as fábricas de Ensenada e Corona muitas vezes, trabalhamos o produto,
demos aulas sobre design e fabricação de acústicos. Aprovamos o braço em pouco
tempo mas o corpo levou uns dois anos e MUITAS amostras - foi preciso muitas
mudanças de ferramental. É incrível como a Fender é sensível ao shape da
Stratocaster, que é na verdade sua marca registrada, sua identificação. No fim
recebemos um fax do Dan Smith, diretor de marketing da Fender, dizendo que o
produto tinha melhorado 4000% e que a confiança era tanta que pela primeira vez
eles iriam permitir que um produto produzido fora de suas fábricas e sem seu
envolvimento comercial ostentasse o nome Fender no headstock. Fabricávamos em
lotes e eles só iam para o mercado depois que um representante deles viesse
fazer uma minuciosa inspeção. Elas eram até pesadas! Foram produzidos cerca de
5000 instrumentos de 1993 a1995. O projeto foi abortado porque as
peculiaridades econômicas do Brasil somadas ao royalty muito alto tornaram tudo
economicamente inviável. As más línguas dizem que foi por problemas técnicos
que tudo parou, mas nunca houve nenhum problema desse tipo.
E: As Fender brasileiras tinham a mesma qualidade que as
americanas, mexicanas e japonesas?
C.A.: Conheci bem essas fábricas e seus produtos. Posso
dizer com segurança que, fora o hardware e a captação, não há nenhuma diferença
em relação às americanas. Com as outras não há nenhuma. É o que o pessoal que
vem testando e comparando tem descoberto. Existem Fender feitas em todos os
lugares do mundo, dos EUA a Coréia, passando por Japão e México, até no Brasil
já foram feitas (pela Giannini, sob licença conhecidas como Fender Southern
Cross, mas foram produzidas Stratos e não Teles por aqui), sem falar nas atuais
Squier, sub linha da Fender. Eu tenho uma desde 93 e fiz um upgrade com Texas
Special, tarraxas Gotoh, escudo white pearl, neckplate, ponte, knobs, strap
lock, trastes dunlop, mudei a cor e parte elétrica tudo original e também tenho
uma American Standard desde 96 que continua original. A Southtern Cross, ficou
muito boa!, mas não ficou nelhor que a americana. A propósito, até onde eu sei
ela foi produzida em nas cores preta, azul com preto tipo sunburst e vermelha.
Inclusive já vi algumas Stratosonic transformadas com pickups encapados tipo
Lace Sensor, não se enganem, são Giannini mesmo, e não foram usados nas
Fender.”
As Southern Cross ainda são bastante admiradas por muitos e
também odiada por outros. Um dos motivos é seu corpo em cedro, que é
completamente diferente do Alder utilizado nas Fender americanas e mexicanas,
descaracterizando o timbre de Stratocaster. Um outro motivo é um velho
conhecido nosso: o preconceito contra instrumentos brasileiros. Mas de qualquer
maneira, eram guitarras muito interessantes e com preço acessível na época.
Escreverei os detalhes sobre essa linha. A maioria dos dados
por Carlos Assale.
-Fabricante: Giannini, já na atual fábrica na cidade de
Salto/SP
-Período de fabricação: 1992 a 1995
-Produção: 5 mil exemplares
-Custo no lançamento: R$ 350,00. Em 1994, houve o Plano Real e nossa moeda ficou paritária com o dólar norte-americano.
-Madeiras: corpo – cedro; braço e escala – pau-marfim
-Hardware: Não há nenhuma identificação específica.
-Período de fabricação: 1992 a 1995
-Produção: 5 mil exemplares
-Custo no lançamento: R$ 350,00. Em 1994, houve o Plano Real e nossa moeda ficou paritária com o dólar norte-americano.
-Madeiras: corpo – cedro; braço e escala – pau-marfim
-Hardware: Não há nenhuma identificação específica.
-Escudo: vinham já montados principalmente da Coréia,
principalmente da Cor-Tek (hoje Cort). Eles também fabricam os Mighty Mite e os
EMG Select, portanto todos têm o mesmo DNA.
Escudo branco, captadores com os polos aparentes, knobs de plástico, tipo strato.
Cordas: .009
-Headstock:
Escudo branco, captadores com os polos aparentes, knobs de plástico, tipo strato.
Cordas: .009
-Headstock:
Frente: logotipo Fender PRATEADO com margem preta,
STRATOCASTER Made In Brazil, Southern Cross (com as cinco estrelinhas
do Cruzeiro do Sul acima do "n") ou Squier Series
Traseira: MANUFACTURED UNDER LICENCE
FENDER MUSICAL INSTRUMENTS INC.
USA
CGC: 61.196.119/0001-76
*As primeiras guitarras fabricadas no Brasil saíram com o selo "Squier". Posteriormente, foi criado o logo "Southern Cross ".
-Cores: Vermelho metálico, Sunburst azul (Moonburst) e Preto
*Portanto, não existem Fender SC de outras cores...
Versão canhota: A única Fender Southern Cross foi feita especialmente para o guitarrista Edgar Scandurra.
*"30 moscas brancas": Há 30 Fenders Southern Cross com parte elétrica americana (escudo, chave e captadores). Isto se deu porque o fabricante coreano atrasou a entrega, e o Assale providenciou uma importação direto dos EUA.
-Potenciômetros: CTS americanos.
Traseira: MANUFACTURED UNDER LICENCE
FENDER MUSICAL INSTRUMENTS INC.
USA
CGC: 61.196.119/0001-76
*As primeiras guitarras fabricadas no Brasil saíram com o selo "Squier". Posteriormente, foi criado o logo "Southern Cross ".
-Cores: Vermelho metálico, Sunburst azul (Moonburst) e Preto
*Portanto, não existem Fender SC de outras cores...
Versão canhota: A única Fender Southern Cross foi feita especialmente para o guitarrista Edgar Scandurra.
*"30 moscas brancas": Há 30 Fenders Southern Cross com parte elétrica americana (escudo, chave e captadores). Isto se deu porque o fabricante coreano atrasou a entrega, e o Assale providenciou uma importação direto dos EUA.
-Potenciômetros: CTS americanos.
*Quando a Giannini deixou de fabricar a Fender
Stratocaster Southern Cross, devido ao "custo brasil" e ao
altíssimo royalties pagos à matriz norte-americana, para não perder mercado,
foi criada a Giannini Stratosonic e, posteriormente, a Supersonic, que
eram semelhantes ou parecidas, mas não iguais.
É um equívoco afirmar que a Southern Cross e as stratos Giannini são a mesma coisa, porque o headstock é diferente, o corpo é diferente, não seguem em nada o padrão das Fenders Southern Cross. O controle de qualidade das Fender era bastante rigoroso. Antes de o lote ser liberado para o mercado brasileiro, vinha um técnico norte-americano da Fender e examinava guitarra por guitarra, inclusive pesando cada uma, para ver se estava no padrão. Um outro detalhe é que a Fender Southern Cross, devido a madeira utilizada, é mais pesada do que as vendidas na época, fabricadas no México e nos EUA.
É um equívoco afirmar que a Southern Cross e as stratos Giannini são a mesma coisa, porque o headstock é diferente, o corpo é diferente, não seguem em nada o padrão das Fenders Southern Cross. O controle de qualidade das Fender era bastante rigoroso. Antes de o lote ser liberado para o mercado brasileiro, vinha um técnico norte-americano da Fender e examinava guitarra por guitarra, inclusive pesando cada uma, para ver se estava no padrão. Um outro detalhe é que a Fender Southern Cross, devido a madeira utilizada, é mais pesada do que as vendidas na época, fabricadas no México e nos EUA.
-Último lote: 1995
Headstocks (primeiro o ‘Squier Series’ e depois o ‘Southern
Cross Series’)
Com esse post, é possível acabar com todos os mitos e lendas
sobre a Southern Cross. Tirem suas próprias conclusões sobre essa série, que
infelizmente durou tão pouco.
Muito cuidado ao comprar uma SC no Mercadolivre pois tá cheio de trambiqueiros vendendo gato por lebre.
Espero que este post ajude a identificar um verdadeiro tesouro!